quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sobre o conceito de Vontade em Arthur Schopenhauer

O mundo como Vontade e Consternação

O mundo como Vontade é o substrato cósmico do Universo, é o Noumenom. Schopenhauer adota a coisa-em-si de Kant, e designa de Vontade, que é o fundamento do universo. Agora ela passa a não ser mais o incógnito Kantiano, apesar de ser um conceito independente do principio de razão, não pode ser fundamentado, não cabe um porquê ou uma causa. Ela é UNA, atemporal e autônoma. É puramente matéria da Natureza e os fenômenos são o seu acidente. É à procura do em-si das coisas a partir de dentro.
É uma Vontade em geral, que se afirma inconscientemente nos vários níveis do intelecto, que é meramente servidor dessa Vontade.
Schopenhauer esclarecer que essa essência íntima das coisas é “autodiscordia consigo mesmo". Segundo Jair Barboza, essa Vontade quer se manifestar na vida, ela quer a vida em todos os ramos naturais: ela é amor, mas, ao mesmo tempo, seu dilaceramento interno reflete em ódio.
Sintetizando: a Vontade não se exprimi como principio racional. Ela é estímulo ofuscado que leva tudo a pretender sua preservação. Ela arremessa o sujeito em um ciclo infindável de aspirações, o que incita a dor de permanecer algo que nunca consegue completar-se.
Nesse sentido, a Vontade engendra desejos, pequenos desejos efêmeros com o intento falacioso que tem como alvo o perpetuar a espécie. “É um mero ímpeto cego”. A partir daí obtemos o principio do querer-viver. Esse querer-viver faz da vida no cerne do tempo pura consternação, visto que, conhecemos a finitude desse tempo: é a origem de todos os males do universo. São desejos nunca inteiramente satisfeitos, conduzidos pelo principio de razão e que nos obriga a vislumbrar exclusivamente as aparências. É um impulso incontrolável que transforma o mundo em um absurdo cruel e doloroso. Assim a vida é sofrimento, pois é um permanente querer.
Alécio Marinho de Brito Junior

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