sábado, 28 de novembro de 2009

Desvairamento


As verdades amadurecem com o tempo


Nessa pluralidade de mundos, de anseios, de trilhas para se investigar, suponho que nem a marcha pela quietude e nem a trajetória do conflito, todavia, carecemos navegar no fluxo do retraimento. Eleger a reclusão não é deliberar os obstáculos com a facilidade de quem se afugenta deles, mas é consentir autonomia para esse devir articular por si mesmo. A alameda da placidez tem sua projeção, mas é determinante de mais duelos do que a própria batalha. Origina, em alto grau, o desgosto por inquirir efetivar esse cobiça de fleuma, tão incongruente do caráter humana. A via da peleja é o acesso da honra, no qual a batalha é a manto do heroísmo e do egoísmo com feitio de notáveis atos.
Prontamente, a penumbra não se desassossega nem com causa nem com o efeito, nem com o sujeito nem com o objeto, no entanto, ajuíza a casualidade e se ampara nela para harmonizar os vícios e as virtudes no íntimo de si mesmo. As verdades não devem ser esquadrinhadas incessantemente por nenhum desses caminhos. Elas amadurecem sozinhas. É como articulava um desses tresloucados por ai: Nada é sem uma razão pela qual é.
Nesse sentido, a verificação deve versar no apartar-se da própria experiência. Erigindo a verdade com as insignificantes partes que o acaso oferece durante a existência, até elevar-se na razão de ser o que é. Cada um com seu caráter, com seu entusiasmo de permanecer-ser e a consciência de que se inventou ou reinventou o que deveria no tempo apropriado.

Alécio Marinho de Brito Junior

sábado, 29 de agosto de 2009

Distúrbio de Personalidade Dissocial

Chamado, pelo autores franceses, de "insanité sans délire" (insanidade sem delírio) ou, pelos alemães, de "insanidade moral". O termo descreve indivíduos com marcado egocentrismo que não têm deferência normal pelas outras pessoas, manipulando-as, como quer seja necessário, para atingir seus objetivos. Suas armas são o charme, a sedução, a intimidação e a violência, usadas, assim, progressivamente, de modo cada vez menos sutil, no caso de as outras pessoas não se comportarem da maneira como o sociopata quer.
Existem graus muito variados de distúrbio de personalidade, que vão desde a pessoa considerada apenas "chata", "inconveniente", "patologicamente egocêntrica", até os casos de matadores e estupradores em série, passando por viciados, traficantes e seqüestradores, todos eles muito pouco preocupados com o bem-estar da sociedade.
Algumas pessoas consideram, erroneamente, o distúrbio de personalidade dissocial apenas como doença, quando, na verdade, nada é, também, mais próximo do conceito mais puro de "crime", pois o sociopata tem plena consciência e entendimento dos erros que comete. Existe, atualmente, um movimento nos meios jurídicos da Inglaterra no sentido de enfatizar o dano à sociedade que é tolerar esses indivíduos anormais, mesmo nos casos, muito freqüentes, em que a Justiça ainda não consegue caracterizar, formalmente, seus crimes e comportamento habitual altamente lesivo aos demais (Kendell RE, 2002).
Os sociopatas portadores de distúrbio de personalidade dissocial (freqüentemente chamados de "psicopatas", em sentido estreito) são exímios simuladores e manipuladores, conseguindo enganar mesmo alguns dos melhores peritos e escapar de promotores e juízes severos.
Os manicômios judiciários estão repletos de pessoas absolutamente normais, que, em uma circunstância severamente crítica, cometeram algum crime do qual realmente se arrependem. Enquanto isso, a sociedade convive com sociopatas muito graves que, usando de sua inteligência e manipulação, galgam, por exemplo, cargos públicos e profissões as quais nunca poderiam exercer (incluem-se advogados, juízes, promotores, médicos e professores de medicina).
Os casos extraordinários, noticiados pela mídia, de sociopatas assassinos e/ou estupradores em série são apenas "a ponta de um iceberg" que perpassa toda a sociedade. Há sociopatas de graus variados de severidade e mesmo os mais graves, em muitos casos, nunca serão "descobertos" (presos e/ou diagnosticados clinicamente).
Além do diagnóstico clínico, que deve ser estabelecido por médico experiente, competente e idôneo, são observadas alterações em exames subsidiários do cérebro, como tomografia por emissão de pósitron (mais conhecida pela sigla "PET", do inglês "Positron Emission Tomography") ou ressonância magnética nuclear funcional (mais conhecida, mesmo em nosso meio, como "fNMRI" de "Functional Nuclear Magnetic Ressonance Imaging") em cerca de dois terços dos casos diagnosticados. Tratam-se dos chamados "exames funcionais de imagem" da atividade do cérebro, dificilmente disponíveis no Brasil e extremamente caros.
Tais exames de imagem mostram, tipicamente, em sociopatas portadores de distúrbio de personalidade dissocial, alterações no funcionamento da região cortical anterior do cérebro, área envolvida no controle racional de comportamentos impulsivos, como a agressividade. Também são típicas as assimetrias funcionais nos núcleos da base do cérebro, envolvidos no controle do comportamento voluntário e da cognição, assim como em regiões mais superiores, anatomicamente, do sistema límbico, envolvido nas emoções.
Em até 1/3 a metade dos casos, são observadas, mesmo, lesões anatômicas em uma ou mais dessas regiões, evidenciadas na ressonância magnética nuclear convencional e/ou na simples tomografia computadorizada do cérebro.
O sociopata não é uma pessoa absolutamente insensível, mas sensível apenas a seus próprios sentimentos, desejos e necessidades, como se não enxergasse, no outro, um ser humano, a quem deveria alguma consideração e respeito intrínsecos. Os meios (e as pessoas) utilizadas para atingir seus objetivos parecem-lhe pouco importantes. Não têm noção de ética.
Por outro lado, consegue simular, perfeitamente, uma pretensa emoção, sentimento por outras pessoas, quando assim lhe convém.
O distúrbio de personalidade dissocial não tem tratamento. Os portadores nem, sequer, sofrem com seu distúrbio, mas causam imenso e profundo transtorno às outras pessoas. Há, freqüentemente, necessidade, mais ou menos imperiosa, de serem afastados do convívio da sociedade (cadeia ou manicômio judiciário), para bem desta.
Filhos de sociopatas são suas maiores vítimas, condenados a uma vida de sofrimento, violência, privação e punição injustificada e continuada, ao mesmo tempo em que esses pais sociopatas são capazes de exibir, para a sociedade, uma perfeita mas falsa imagem de pais dedicados e zelosos para com seus filhos, uma falsa imagem de "bons cidadãos", de cidadãos pacatos .
O sociopata leva uma vida dupla: mantém uma aparência e atividades cotidianas normais, mas essa imagem não corresponde à sua realidade íntima, anormal, doentia, que só é revelada a suas vítimas, quando estão indefesas.
Características do comportamento de sociopatas:
1) Atitudes impulsivas, incontroláveis;2) Frieza, insensibilidade com relação às outras pessoas (ausência de piedade, compaixão e altruísmo);3) Ausência de valores morais ("éticos");4) Agem como se estivessem acima das leis e da sociedade;5) Ausência de sentimento de culpa ou remorso;6) Covardia (só praticam o delito com a certeza de a vítima não poder reagir);7) Freqüentemente, age por motivação sexual;8) Suas atitudes seguem uma lógica própria;9) Obtém prazer através da violência;10) Inteligência normal ou acima da média;11) Ausência de delírio e alucinação;12) Conhecem e usam com habilidade as brechas da Lei;13) Mitomania (grande habilidade para mentir, forjar situações, convencer pessoas a acreditar no que não é verdadeiro);14) Manipulação (habilidade de induzir as pessoas a fazer o que o sociopata quer, através da mentira, insinuação, produção de falsas "provas", sedução, intimidação, ameaça, violência).
Referências:
Kendell RE (2002). The distinction between personality disorder and mental illness. Br J Psychiatry 2002 Feb;180:110-5.

FONTE: http://www.geocities.com/medicinahumana/mental/personal.htm

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Herr der Illusionen

Mittelmäßigen Leben;
Hollow der Empfindlichkeit;
Freunde und Isolation;
Lächeln und Bestürzung;
Massen-und Trauer;
Einsamkeit und Verzweiflung;
Wollen Sie nach Hause gehen;
Dann Gier der Welt wieder;
Es gibt Platz für min;
Zu betonen, der Geist;
Cunning und Niederlage;
Das normale Leben;
Als Freund sagte: Das Leben des Meeresfrüchte;
Jeder Atemzug eine Schande;
Ich wünsche und hoffe, ... nur in der Rechtschreibung;
Bestürzung der Geist;
Nur Art von Unsinn;
Was ist das Welt?
Ich?
Substrat der Not Der Schmerz der Welt?
Oder mir?
Gott Vater: Der Trauer;
Wegen der Liebe;
Es ist der Herr: Der Illusionen.

Alécio Marino de Brito Junior

Cursos de estética - Georg Wilhelm Friedrich Hegel



"O essencial é guardar unicamente o seguinte parecer: embora o talento e o genius do artista
tenham também em si mesmos um momento natural, eles necessitam essencialmente da formação pelo pensamento, da reflexão no modo de sua produção, bem como no exercício do exercício e habilidade no produzir. "

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mysterious Glow of love

In our history we deal with thorny situations, painful emotions and without grounds we incessantly hits, afflictions purely accidental. Due to this endless universe, is not reason that we are breathing calmly. I agree with a great thinker who says "The real me of Asthma." All this bitterness, or whatever is there, in the eyes of others, it looks like only the ordinary things. Human beings do not worry about saturating the burden of its own essence, they elect a passivity in life. Sometimes I wonder if the punishment is in the world is disordered or in minutes, which holds a mediocre existence. Through it all, after years of questioning and anguish, a brightness rises in icy shadow of the universe. A shy light ... As insignificant as the fact that I can think about it. However, that trust may be my way. Nothing changes, the chance I still painful experiences with their artifacts, but at least I see this as a light beam of hope. I do not know where it comes from, but then to resist it. My thoughts are given to the most ardent delusions and with that I have more control of my self. This clarity becomes object and purpose of my life. Do not know where this will take me some day and if I let this chance will find it. I can see it with eyes closed. We do not feel anything other than the genuine grief of spirit and breath impenetrable. I no longer impressed with the common ground on which exist. I do not know which area has more gloss on the minutes, but found only a mystery about it: its name.
Alécio Marinho de Brito Junior

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fanatismo Dogmático - Emil Cioran

“podemos até descobrir um erro de um ser, desvelar a inanidade de seus desígnios e de suas empresas; mas, como arrancá-lo de seu encarniçado apego ao tempo, quando esconde um fanatismo tão inveterado quando seus instintos, tão antigo quanto seus preconceito?
Trazemos conosco, como um tesouro irrecusável, um monte de crenças e de certezas indignas. Mesmo quem consegue desembaraçar-se delas e vencê-las, permanece – no deserto de sua lucidez – ainda fanático: de si mesmo, de sua própria existência; humilhou todas as suas obsessões, salvo o terreno em que afloram; perdeu todos os seus pontos fixos, salvo a fixidez da qual provém. A vida tem dogmas mais imutáveis que a teologia, pois cada existência está ancorada em infalibilidades que fazem empalidecer as elucubrações da demência ou da fé. O cético mesmo, apaixonado por suas dúvidas, mostra-se fanático pelo ceticismo. O homem é um ser dogmático por excelência.; e seus dogmas são tanto mais profundos quando não os formula, quando os ignora e os segue.[...] Cada um é para si mesmo um dogma supremo; nenhuma teologia protege seu deus como nós protegemos nosso eu; e este eu, se o assediamos com dúvidas e o colocamos em questão, é apenas por uma falsa elegância de nosso orgulho: a causa esta ganha de antemão.
Como escapar ao absoluto de si mesmo? Seria preciso imaginar um ser desprovido de instintos, que não portasse nenhum nome e a quem fosse desconhecida sua própria imagem.
[...] Está ainda para nascer quem não adore a si mesmo. Tudo o que vive se aprecia; de outro modo, de onde viria o pavor que faz estragos nas profundidades e nas superfícies da vida? Cada um é para si o único ponto fixo do universo. E se alguém morre por uma idéia, é porque é sua idéia, e sua idéia é sua vida.
Nenhuma crítica de nenhuma razão despertará o homem de seu “sono dogmático”. Poderá abalar as certezas irrefletidas que abundam a filosofia e substituir as afirmações rígidas por outras mais flexíveis, mas como, por um método racional, conseguirá sacudir a criatura, adormecida sobre seus próprios dogmas, sem fazê-la perecer?” EMIL CIORAN

Sobre o conceito de Vontade em Arthur Schopenhauer

O mundo como Vontade e Consternação

O mundo como Vontade é o substrato cósmico do Universo, é o Noumenom. Schopenhauer adota a coisa-em-si de Kant, e designa de Vontade, que é o fundamento do universo. Agora ela passa a não ser mais o incógnito Kantiano, apesar de ser um conceito independente do principio de razão, não pode ser fundamentado, não cabe um porquê ou uma causa. Ela é UNA, atemporal e autônoma. É puramente matéria da Natureza e os fenômenos são o seu acidente. É à procura do em-si das coisas a partir de dentro.
É uma Vontade em geral, que se afirma inconscientemente nos vários níveis do intelecto, que é meramente servidor dessa Vontade.
Schopenhauer esclarecer que essa essência íntima das coisas é “autodiscordia consigo mesmo". Segundo Jair Barboza, essa Vontade quer se manifestar na vida, ela quer a vida em todos os ramos naturais: ela é amor, mas, ao mesmo tempo, seu dilaceramento interno reflete em ódio.
Sintetizando: a Vontade não se exprimi como principio racional. Ela é estímulo ofuscado que leva tudo a pretender sua preservação. Ela arremessa o sujeito em um ciclo infindável de aspirações, o que incita a dor de permanecer algo que nunca consegue completar-se.
Nesse sentido, a Vontade engendra desejos, pequenos desejos efêmeros com o intento falacioso que tem como alvo o perpetuar a espécie. “É um mero ímpeto cego”. A partir daí obtemos o principio do querer-viver. Esse querer-viver faz da vida no cerne do tempo pura consternação, visto que, conhecemos a finitude desse tempo: é a origem de todos os males do universo. São desejos nunca inteiramente satisfeitos, conduzidos pelo principio de razão e que nos obriga a vislumbrar exclusivamente as aparências. É um impulso incontrolável que transforma o mundo em um absurdo cruel e doloroso. Assim a vida é sofrimento, pois é um permanente querer.
Alécio Marinho de Brito Junior

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Os porcos-espinhos de Schopenhauer


"um grupo de porcos-espinhos ia perambulando num dia frio de inverno. para não congelar, os animais chegavam mais perto uns dos outros. mas, no momento em que ficavam suficientemente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus espinhos. para fazer cessar a dor, dispersavam-se, perdiam o benefício do convívio próximo e recomeçavam a tremer. isso os levava a buscar novamente a companhia uns dos outros, e o ciclo se repetia, em sua luta para encontrar uma distância confortável entre o emaranhamento e o enregelamento."

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


"No edifício do pensamento não encontrei nenhuma categoria na qual pousar a cabeça. Em contrapartida, que belo travesseiro é o Caos"

Cioran, E.