terça-feira, 9 de dezembro de 2008

1º Work Chopp - Schopenhauer

No ano de 2009, em Taubaté, teremos o 1º Work Chopp Schopenhauer. Será um evento voltado para os acadêmicos interessados na Filosofia do Pensador Alemão.
Uma combinação de BADEN-BADEN com Wille-zum-leben será imprescindível para nutrir a reflexão em Arthur Schopenhauer.
Em breve novas informações.

Alécio Marinho de Brito Junior

Crise Mundial


"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos.Os slides se sucedem.Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro. Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver, capicce? Extinguir. Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo. Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.
Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar. Se quiser, repasse, se não, o que importa?
O nosso almoço tá garantido mesmo..."
Por Mentor Muniz Neto, diretor de criação e sócio da Bullet
Alécio Marinho de Brito Junior

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Reinvenção da Vida

O intento desses escritos é de refrear um desejo de gritar. À vontade de escrever me domina estabelecendo uma desordem em meu íntimo. Jamais farei de meu vocábulo uma prescrição para os dias de infortúnio, pois, tudo aqui é só uma circunscrição de um universo que nunca existiu.
Penso que em determinado instante na vida é imperativo interromper tudo, atentar para as particularidades do tempo: o que passou e o que está diante dos olhos. Buscar apreciar a existência de fora, como se um afugentamento do desígnio da vida fosse imprescindível. Essa ótica exteriorizada nos faz esquadrinhar uma emoção aceitável para prosseguir em frente. O “contemplar” de fora distingui a agonia, o afeto e a animosidade com facilidade e nitidez que não notamos quando meramente sentimos. É preciso reinventar a vida para que ela não passe despercebida. É indispensável buscar o nexo, mesmo que ele não exista, para que o oco do espírito seja satisfeito.
A vida ordinária nos acorrenta na tentação dos prazeres, provocando sentimentos que nos esgotam, como por exemplo, o egoísmo, o ciúme e todos esses que nos fazem cada dia mais animal humano, individual e despovoado. Devemos procurar a uniformidade. Digo, não a unidade com o outro, mas com o mundo. Sentir em nós a essência da nossa natureza e o ardil preparado por ela, para que possamos enfrentá-la.
É simplesmente se dar conta em tempo dos pormenores da existência e ter a consciência acessível para discernir as coisas como são.
É puramente não deixar a ambição ser maior que a inspiração, pois o que verdadeiramente importa é o trajeto que cultivamos na história e como improvisamos em determinadas ocasiões, visto que, o encerramento dessa experiência, consecutivamente, será indistinguível para todos.
Alécio Marinho de Brito Junior

domingo, 7 de dezembro de 2008

CURIOSIDADES: Movimento quer reabilitar a suástica







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É uma questão simples: a suástica pode ser redimida?



Antes do Partido Nazista adotar a suástica e transformá-la em um dos maiores ícones do ódio racial, ela atravessou o mundo como um símbolo de boa sorte. Era conhecida na França, Alemanha, Grã-Bretanha, Escandinávia, China, Japão, Índia e nos Estados Unidos. Costumava-se dizer que as pegadas do Buda eram suásticas. Cobertores dos índios navajos eram tecidos com suásticas. Sinagogas no Norte da África, na Palestina e em Hartford, Connecticut, foram construídas com mosaicos de suásticas.Agora há um pequeno movimento que tenta ajudar "a suástica a recuperar seu lado benigno", separando-a dos "pecados do nazismo". Será que isto é possível?O nome suástica vem da palavra em sânscrito svastika, que significa bem-estar e boa fortuna. As mais antigas suásticas conhecidas datam de 2.500 ou 3.000 A. C. na Índia e na Ásia Central. Um estudo de 1933 sugere que a suástica migrou da Índia, cruzou a Pérsia e a Ásia Menor até a Grécia, depois seguindo para a Itália e em seguida para a Alemanha, provavelmente no primeiro milênio A. C.O elo fatal foi feito pelo arqueólogo alemão Heinrich Schliemann. De 1871 a 1875, Schliemann escavou o local da cidade de Tróia, dos tempos de Homero, na costa do estreito de Dardanelos. Quando ele encontrou artefatos com suásticas, ele rapidamente as associou com as suásticas que tinha visto nas proximidades do Rio Oder na Alemanha. Steven Heller, diretor de arte do The New York Times Book Review, escreve em "The Swastika: Symbol Beyond Redemption" (a suástica: símbolo além da redenção): "Schliemann presumiu que a suástica era um símbolo religioso de seus ancestrais alemães, que ligava os antigos teutões, a Grécia de Homero e a Índia védica"Logo as suásticas estavam por toda a parte, rodando tanto no sentido horário quanto no anti-horário. Madame Blavatsky, a fundadora da Sociedade Teosófica, incluiu a suástica no selo da sociedade. "Rudyard Kipling combinou a suástica com sua assinatura em um círculo como um logo pessoal", informa Heller. E a suástica fazia parte do logo do movimento Bauhaus, sob Paul Klee.A suástica também se espalhou até os Estados Unidos. A Coca-Cola lançou um pingente de suástica. A cerveja Carlsberg gravou suásticas em suas garrafas. Durante a Primeira Guerra Mundial, a 45a Divisão de Infantaria americana usava uma suástica laranja como um emblema no ombro. Pelo menos uma linha ferroviária possuía suásticas em alguns de seus vagões. O Girlâ??s Club publicou uma revista chamada The Swastika (a suástica). E até 1940, os escoteiros distribuíam um distintivo de suástica.Como os nazistas se apoderaram dele? Segundo Heller, a ordem Germanen, um grupo anti-semita que usava capacetes com chifres de Wotan e tramava "contra os elementos judeus na vida alemã", usava como insígnia uma suástica curvada em uma cruz. Em 1914, o Wandervogel, um movimento juvenil alemão, o transformou em seu emblema nacionalista.O Partido Nazista não se apossou dela até por volta de 1920. Em seu livro "Mein Kampf", Hitler, que tinha aspirações artísticas tanto quanto políticas, descreveu "sua luta para encontrar o símbolo perfeito para o partido". Ele se entreteu com a idéia de usar as suásticas. Mas foi Friedrich Krohn, um dentista de Starnberg, quem desenhou a bandeira com a suástica preta em seu centro. "A maior contribuição de Hitler", escreve Heller, "foi inverter a direção da suástica" para que ela parecesse girar no sentido horário.A queda da suástica foi tão rápida quanto sua ascensão. Em 1946, sua exibição pública foi proibida constitucionalmente na Alemanha. Nos Estados Unidos, nunca houve uma lei que proibisse a exibição de suásticas, mas a aversão ainda persiste.A pergunta agora é: a suástica pode ser retomada dos nazistas ou, como argumenta Heller, continuar a representar seus "crimes inomináveis"?A questão é complicada pela história da suástica na Índia e em outras partes da Ásia, onde ela não possui nenhuma das conotações que ela tem no Ocidente. Na Índia, há o sabão Suástica; na Malásia, um estúdio fotográfico Suástica; no Japão, há cards de Pokémon que possuem o "manji", as suásticas anti-horárias; na China, a seita Falun Gong usa as suásticas anti-horárias como seu emblema.E agora as suásticas estão voltando a serem vistas no Ocidente.Nos anos 1960, por exemplo, a suástica era motivo recorrente na arte abstrata geométrica e nas pinturas hard-edge, notavelmente em uma exposição no Museu Guggenheim.Mas o esforço mais coordenado para redimir a suástica vem dos Friends of the Swastika (Amigos da Suástica), um grupo formado em 1985 e sediado nos Estados Unidos. O grupo, cujo site na Internet promete "não ter nenhum vínculo com nenhuma propaganda racista" e nenhuma intenção de negar o Holocausto, é liderado por um artista chamado ManWoman (homemmulher) que alega ter 200 suásticas tatuadas em seu corpo. De forma a "desintoxicar" e "ressantificar" a suástica, o grupo vende camisetas, selos, cartões postais e "outras coisas legais" com suásticas. O lema deles é "To hell with Hitler!" (que Hitler vá para o inferno).E segundo eles, o trabalho já está funcionando. "A suástica está reemergindo na cultura pop alternativa... no mundo do punk rock, nos cultos de discos voadores, e nas gangues de rua". Há adolescentes usando suásticas apenas por achá-las legais."No filme â??O Dorminhocoâ?? de 1973", nota Heller, "Woody Allen previu sarcasticamente que em um futuro distante, a suástica seria vestida como um acessório de moda". O futuro distante é agora.Ela se tornou um ícone de rebelião. O logo dos skates ZZ Flex parece muito com uma suástica. O rótulo do CD de heavy metal Sacred Reich possui suásticas engrenadas. O logo da banda Kiss, que originalmente era formada por três membros judeus, foi feita para se parecer com a insígnia da SS - não uma suástica, mas dois esses paralelos parecidos com raios.Será que importa o fato das suásticas terem representado a ignorância e o ódio e serem reabilitadas como símbolo? Claro que sim, diz Heller: "Os ícones nazistas foram fortes o suficiente para seduzir uma nação, e ainda contém um poder gráfico que pode ser liberado hoje". Os defensores da suástica respondem com uma pergunta: "Como um símbolo pode ser culpado pelos atos de um louco?"



SOCIEDADE - The NY Times -- 09/07/2000







Alécio Marinho de Brito Junior

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A Devassidão do Estado: Teatro político

Tirando proveito da liberdade para pensar o que queremos nesse mundo virtual, uso agora, esses escritos para discorrer sobre Filosofia Política.
Desde o inicio das aulas que tive na disciplina de Filosofia Política, posso proferir que todas correntes filosóficas (políticas) se sintetizam na invenção do Estado e seus estratagemas, de um lado manipulação e de outro a servidão.
Entretanto, coloquemos como ponto de referência o instante no qual se aponta a necessidade da política na “Pura Filosofia”. Assim, creio que a legítima metafísica não deve manter próximo o sujeito político. Talvez de forma ingênua afirmo esses argumentos, mas observamos que o Estado é somente o egoísmo e a maldade em essência. A filosofia, puramente filosófica, tem o cenário político entranhado, contudo, a trajetória política é só um jogo que jamais terá a competência de satisfazer um juízo filosófico. Esse jogo de fantoches é um mal cultural que desvia da essência das grandes linhas do pensamento. O egoísmo e a política, aqui, são sinônimos. Meramente um jogo de interesses no qual nunca uma estrutura filosófica deveria se adequar.
Creio que a política se une à filosofia, pois os mecanismos do Estado TEM MEDO da pura filosofia. Desde os vários contratos estabelecidos caracterizando a natureza humana nas suas diferentes formas; desde a luta pela propriedade e pela vida, notamos de um lado escravos e proletários, do outro, senhores e patrões, unicamente para manter a desordem criada pela estupidez humana, na qual, a doutrina do Estado deve ser superior a todos os homens. Nesse sentido, afirmo que a estupidez é de ambas as partes: da luta de classe e do poder, pois o sentido fundamental da vida se esconde atrás disso tudo.
Gostaria, aqui, de me ocupar com a filosofia que está acima das preocupações do BEM do Estado, ou seja, a filosofia da existência, do intelecto e não mais a superficial forma de viver como sujeito político, manipulado e manipulando o pensamento a todo instante.
Deveríamos nos ocupar com o fim de cada coisa, com amor, ou seja, com o sentimento límpido, assim como o poeta e a beleza de sua imaginação.
Portanto, o que quero dizer é que as estruturas políticas são feitas para alienar o sujeito, e a resposta para isso, à luta para fugir de tal alienação também é uma estupidez tão grande quanto a primeira.
O extraordinário da Filosofia é mergulhar nas profundezas da existência e não se prender a ela como personagem de um teatro que repete a cada temporada. A beleza da filosofia é olhar de fora:
“o pensamento do filósofo voa por toda a parte, sondando os abismos da terra e medindo suas extensões, perseguindo, ao termo das profundezas celestes, a marcha dos astros e perscrutando, de cada realidade, a natureza, em seu pormenor e em seu conjunto, sem jamais permirtir-se descer ao que é imediatamente próximo ” (Platão)
e mesmo que não tenha um desígnio prático o importante é sentir o valor do conhecimento puro e suas possibilidades na produção do pensamento.
Alécio Marinho de Brito Junior

domingo, 16 de novembro de 2008

O Filósofo

Musica de Ademir Antunes (Filósofo e Teólogo), o artista de rua, melhor conhecido como o Plá. O cantor já tem mais de 33 discos editados e pode ser encontrado na Feira do Largo e na Boca Maldita (praça Osório, para quem não mora em Curitiba).

É um trabalho quase que metafísico.

domingo, 9 de novembro de 2008

Os manuscritos de Schopenhauer

Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) – Filósofo considerado como pessimista pela História da Filosofia, teve como referência a primeira filosofia de Immanuel Kant e a Sabedoria Indiana para a construção de todo seu pensamento. Sua principal obra: “Die Welt als Wille und Vorstellung” ("O Mundo como vontade e representação"), publicado em 1819, só obteve reconhecimento nos últimos anos de sua vida. Suas idéias exercem forte influência sobre a cultura posterior à dele, o que percebe-se nas obras de Horkheimer, Wittgenstein, Nietzsche, Freud e escritores como Tolstói, Zola, Anatole France, Kafka e Thomas Mann.

Para quem se interessar mais em Schopenhauer, ai vai um link interessante com os manuscritos originais, ilegíveis e naturalmente em Alemão, porém, extremamente atraentes.

http://www.hyperschopenhauer.org/navigate.php?page=base


Alécio Marinho de Brito Junior

terça-feira, 28 de outubro de 2008

NÃO ME DEIXE.... (Wagner Marins)



NÃO ME DEIXE....
NÃO ME DEIXE perder a vontade de sonhar por dias melhores, onde o amor universal e a dignidade humana retomarão os seus lugares.
NÃO ME DEIXE pensar que amanhã não haverá mais a esperança ou que tudo estará no vazio de um caos avassaldor.
NÃO ME DEIXE desistir da idéia de um novo tempo, um tempo onde poderemos acreditar e conviver com a solidariedade.
NÃO ME DEIXE desesperar diante da desordem e da frieza humana perdida em si mesma por valores absurdos e inversos.
NÃO ME DEIXE acreditar que a nova ordem social implica que o homem deve ser desonesto e cruel com o seu semelhante.
NÃO ME DEIXE ver os abutres instalados no poder roubarem a dignidade do homem justo.
NÃO ME DEIXE sentir a angustia por ver milhares de crianças sujas sob o rolo compressor da exclusão social.
NÃO ME DEIXE ver a disparidade entre um homem que desfruta das riquezas e ostentação enquanto um outro não tem o que jantar.
NÃO ME DEIXE escrever amarguras e sim esperança.
NÃO ME DEIXE cair....

Wagner Marins, velho amigo virtual.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O belo e o Sublime - Arthur Schopenhauer - Percepção ou insensatez?

Ao examinarmos a obra “O mundo como Vontade e Representação”, devemos considerar que a Ética, a Metafísica e a Estética, são, na verdade, aspectos distintos de um mesmo objeto, onde se organizam atrelados no pensamento genial de Arthur Schopenhauer.
A partir de um exame detalhado da Metafísica Shopenhauriana, entraremos no campo da ética, esclarecendo a negação da vontade de viver: o “querer-viver” é a raiz de todos os males do universo, de todo sofrimento humano e o fim ao qual tende a natureza. Entretanto, um dos modos para abordar essa “moral” é transpondo o Juízo Estético, ou seja, através da contemplação do Belo e do Sublime que atingimos a liberdade, a princípio enganosa e movida pelas paixões inconscientes, nunca saciadas. Enfim, é a busca para libertação dos efeitos deletérios do mal, inerente à existência humana.

"Através desse movimento o Gênio penetra a interioridade do mundo e nele descobre a quietude, a claridade e a serenidade da realidade ideal. Assim a contemplação da Arte, levará o sujeito a interromper o ciclo de carências e satisfações que expressam o sofrimento do mundo" ("O Mundo como Vontade e Representação", Livro III, Schopenhauer, A.).

A arte reproduz as idéias eternas apreendidas mediante essa pura contemplação, o essencial e permanente de todos os fenômenos do mundo, e conforme a matéria em que ela se reproduz, se constitui em artes plásticas, poesia ou musica. Sua única origem é o conhecimento das idéias, seu único objetivo é a comunicação deste conhecimento. Isso remete o sujeito a um sujeito destituído de Vontade, de dor, de temporalidade.
Essa contemplação Estética proporciona um conhecimento de certo modo mais direto e verdadeiro do que o conhecimento da ciência e do senso comum, pois esse conhecimento seria um conhecimento de uma representação não submetida ao principio de razão, ou seja, nem a causalidade que se refere aos fenômenos, nem as leis da lógica que regem o conhecimento racional.

"A distinção entre o Belo e o Sublime é que no Belo o predomínio do conhecimento puro se exerce sem luta, a beleza do objeto, sua constituição, facilitando o conhecimento de sua idéia, afastando a vontade e o conhecimento das relações que coroam seus serviços sem oposição, e, portanto, imperceptível da consciência, que persiste como sujeito do conhecimento, destituído inclusive de toda recordação da vontade; Em contraposição, em face do sublime, este estado de conhecimento puro é conquistado primeiramente por meio de uma libertação violenta das relações do objeto com a vontade reconhecidas como desfavoráveis, por meio de uma elevação livre e consciente acima da Vontade e do conhecimento a ela referido"("O Mundo como Vontade e Representação", Livro III, Schopenhauer, A).

Nesse sentido, o Juízo Estético busca na experiência contemplativa da arte, da música e da poesia um novo modo de conhecer o mundo e, de certa forma, demonstrar a crítica ao idealismo Alemão e ao logos científico.
Alécio Marinho de Brito Junior

Da norma do Gosto

Em conseqüência ao exame detalhado já feito na Estética de Schopenhauer, onde a arte tem a função principal de representar as verdades da razão neste elemento exterior a ela, mas acessível ao entendimento através da sensibilidade, demonstrando o princípio do Belo apreendido pela própria idéia, gerando um sujeito puro de conhecimento.
A partir desses argumentos, analisaremos a tentativa de David Hume estabelecer um padrão de gosto para se verificar a beleza. Hume afirma que através da experiência, o sentimento está sempre certo, pois a verdade dele se prova automaticamente na própria consciência. Com isso teríamos uma variação infinita na analise do belo, já que diversos elementos fariam cada sociedade, em determinadas épocas, aprovar ou desaprovar algo. Portanto, Hume, faz-se necessário encontrar um Padrão de Gosto, uma regra capaz de conciliar as diversas opiniões dos homens, pelo menos, que seja uma decisão reconhecida aprovando uma opinião e condenando outra.
Esse gosto pode ser definido com um ato do espírito através do qual alguma coisa nos agrada ou desagrada. “É uma relação entre objeto e os órgãos ou faculdades do espírito”.
O que distancia do belo de Schopenhauer é que, Hume, considera a beleza não uma qualidade inerente das coisas, e sim uma beleza que existe no espírito que contempla. Cada espírito percebe uma beleza diferente, portanto, Hume, cria um principio da natural igualdade dos gostos, no qual, o fundamento é a experiência, com a pretensão de conduzir a estética vinculada ao movimento da ciência.
Para isso ele afirma a necessidade do indivíduo estar em “estado de saúde”, no qual uma perfeita serenidade do espírito, a concentração do pensamento e a devida atenção ao objeto se tornam indispensáveis para a contemplação do belo.
Para fundamentar suas afirmações, Hume, elucida algumas características básicas para se criar um sujeito capaz de experimentar o devido sentimento da beleza. Para isso é necessário que o espírito que observa deve abarcar uma delicadeza da imaginação, para que não julgue sem qualquer critério; em seguida, carecer de uma certa prática, ou seja, experiência, gerando uma crescente sensibilidade de analisar os objetos com mais exatidão e de forma sutil. Não julgando de forma confusa e obscura; Diz também, que é indispensável que o sujeito estabeleça comparações, calculando a proporção da beleza e não tornado as belezas frívolas como objeto de admiração; Conservar o espírito acima de preconceitos é outra característica ilustrada na construção do seu pensamento, no qual, o objetivo é fazer com que o sujeito afaste-se do ser individual e considere só o objeto submetido; Por fim, diz da necessidade de ser amparado pelo bom senso, no qual opera pela razão e é capaz de distinguir a beleza e seu desígnio pelo raciocínio. Assim Hume, estabelece critérios para a distinção da beleza e da deformidade.
Entretanto, devemos lavar em conta os fins, para julgar cada obra, pois toda obra de arte tem um “certo objetivo e deve ser considerada mais ou menos perfeita conforme seja mais ou menos capaz de atingir essa finalidade”. E importante também ressaltar que estamos lidando com o temperamento dos indivíduos, os costumes e opiniões das diferentes épocas.
No entanto, observamos um pensamento estético com o interesse ou influência, somente na prática em que se desenvolve, mas que se assemelha em certos pontos com a estética de Schopenhauer, principalmente no que diz respeito à questão moral. Nota-se uma forma, implícita, de unir a contemplação do Belo (tanto para Hume, quanto para Schopenhauer) com um exame ético, engendrando uma lei moral com princípios estéticos. O que observo nessas ultimas leituras sobre estética, talvez de forma ingênua, não é somente uma preocupação ou uma busca com o ideal do belo e sim um modo de entrar em princípios éticos. Criando um sujeito médio-intelectual capaz de contemplar a beleza de forma consciente.
Alécio Marinho de Brito Junior

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Inesperado, desgosto e estupidez.

Improviso essas palavras pois são as únicas que consigo. Estou naufragado na realidade ou fora dela, já não sei mais.
Já não sei mais o que ponderar
Já não tenho mais para onde navegar
Com meus olhos fechados experimento mais esperança do que o fulgor do mundo pode harmonizar.
Não sei se é amor.
Não sei se isso é vida.
Não sou marionete ou peixe de aquário.
Ora nas mãos do de um amor que não vem. (Aqui o amor não é uma afinidade entre dois corpos.)
Ora nas mãos de uma demência que reprimi minha fantasia.
Agora, deixa pra lá... Quero conviver com essa psicose.
Com a minha capacidade, com meus desejos e com minha agonia.
É um duelo entre a expectativa e a liberdade que me acorrenta.
Quero o mundo, quero você e quando acordar não quero nada.
Brindar a escuridão e parodiar nas tardes de sol.
Voar alto como a tal gaivota atrevida.
Dançar sozinho aquela musica.
Só quero acostumar com isso... Sem fronteiras entre o autêntico e o surreal.
Gritar até esgotar e entorpecer ouvindo aquela voz.
E quando despertar, no meu teatro de fantoches, só quero dizer com ternura pra vida: Foda-se.

Alécio Marinho de Brito Junior

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Era de subversão

Tem um dia em que gostaríamos que tudo fosse dessemelhante aos dias de hoje: dinheiro, propriedades, viagens, relacionamentos. Outro que tudo isso é vil: habituar-se à realidade natural é, além disso, essencial.
Tem um dia em que almejamos o sucesso alheio. Outro em que permanecemos com olhar em nossa própria estrada.
Tem um dia em que oramos fervorosos por uma inspiração. Outro em que desprezamos Deus por motivos insuficientes.
Tem um dia em que rejeitamos existir. Outro em que despertamos esperançosos e fascinados pelo universo.
Tem um dia que amamos infinitamente e improvisamos diversos propósitos pra esse afeto. Outro em que somos tomados pela cólera e a inveja mirando destruir até o ar que respiramos.
Tem um dia em que tudo está sombrio. Outro em que o mundo é da cor de um pirulito de guri.
De pássaros verdes a abutres, nossos dias são de puro conflito com a natureza.
Sorria e chore, pois esse dia é breve e amanhã é um infinito de incertezas.
Admire o ódio da mesma maneira que o amor.
Aproveite a vivacidade das trevas, e a nitidez do paraíso.
Pois essa gangorra que é a existência acabará ainda nesse dia.
Alécio Marinho de Brito Junior

domingo, 29 de junho de 2008

Panorama Cinematográfico...

Estou exausto, vejo o ponteiro do relógio dar varias voltas, não sinto vontade de levantar da minha poltrona. Experimento uma insignificância tão intensa agora, sinto que aquela acanhada ferida em meu coração tomou conta de todo meu corpo. É uma amargura que não se sabe de onde emana, é impetuosa demais para afrontar. Meu sonho se torna um pesadelo desequilibrado, minha lucidez se torna tortura e meu “EU” se torna lamentação. Uma simples inquietação com a existência se torna um tormento penetrante. Em meio a tudo isso, já não vejo mais os algarismos no relógio, contudo o pandemônio ensurdecedor do”tic-tac” me deixa aterrorizado. Logo começo a refletir sobre a vida, sobre os fenômenos da criação e da existência, e a angústia se estende. Deixa de ser um tédio e se torna uma aflição infindável. Atingindo o derradeiro do desespero, como que por milagre, consigo um repouso da melancolia e penso serenamente: Reparo que esse tédio não se transformou em agonia com algumas poucas voltas daquele ponteiro do relógio, mas foram 25 anos sentados aqui nessa mesma poltrona sendo tomado a cada instante por essa lástima. Sinto que devo tomar uma posição veloz para tirar proveito do meu momento de consciência e para afugentar essa consternação de uma vez por todas. Abro uma gaveta, pego um envelhecido punhal, que só servia como um mero adorno, golpeio contra a mina de todo esse desgosto. Senti uma dor desumana percorrer do peito até a fronte, mas notei que meu gênio estava sorrindo, como se estivesse liberto. Após testemunhar todo aquele sangue escoando pelo chão, me senti livre da laia humana e cá estou, improvisando, igualmente alguns termos em outra poltrona, e me interrogando se o que estou significando é de fato o livre-arbítrio, pois faz alguns minutos que estou aqui e já sinto um medíocre temor de experimentar aquele tormento novamente. Parece-me uma cena qualquer de uma peça vulgar que se estende em outro lugar.
Alécio Marinho de Brito Junior
(mudei somente a forma do Suicídio)..... RS

sábado, 28 de junho de 2008

Senhor da Ilusão

Vida medíocre;
Oca de sensibilidade;
Amigos e isolamento;
Sorrisos e agonia;
Multidões e desgosto;
Solidão e desesperança;
Desejo voltar para casa;
A seguir cobiço o mundo outra vez;
Não existe espaço para min;
De saliente à assombração;
Astúcia e derrota;
Vida vulgar;
Como dizia um amigo:
Vida de sururu;
Cada sopro uma lástima;
Desejo e esperança... só na grafia;
Consternação do espírito;
Meramente disparate da espécie;
Que universo é esse?
É meu?
Substrato de aflição
Dor do mundo?
Ou minha?
deus pai:
Do luto;
Pois do amor;
É o Senhor:
Da Ilusão.

Alécio Marinho de Brito Junior

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Dica de leitura: "O mundo como vontade e representação" - Arthur Schopenhauer


"O mundo como vontade e representação" é a grande obra de Schopenhauer, composta por quatro livros (mais o apêndice da crítica da filosofia kantiana), e publicada em 1819. O primeiro livro é dedicado à teoria do conhecimento ("O mundo como representação, primeiro ponto de vista: a representação submetida ao princípio de razão: o objeto da experiência e da ciência."); o segundo, à filosofia da natureza ("O mundo como vontade, primeiro ponto de vista: a objetivação da vontade"); o terceiro, à metafísica do belo( "O mundo como representação, segundo ponto de vista: a representação independente do princípio de razão. A idéia platônica, objeto da arte"); e o último, à ética ("O mundo como vontade, segundo ponto de vista: atingindo o conhecimento de si, afirmação ou negação da vontade"). Toda sua produção posterior pode ser definida como comentários e acréscimos aos temas ali tratados.
Alécio Marinho de Brito Junior

domingo, 22 de junho de 2008

Crucifixio

Ich will betend vor dich treten
Bin gekreuzigt am Pfahl der Liebe
Christis Blut in meinen Tränen
Sieh´ mich bitten
Oh, hör´ mein Flehen
Voller Liebe dich zu erleben
Vertrauensvoll mich dir ganz ergeben
Dieses Herz dir zu Füßen legen
Mein kleines Herz, willst du es nehmen ?
Sei mein Engel -
Sei meine Sünde
Sei meine Sonne -
Sei meine Sucht
Sei meine Muse -
Sei meine Lust
In dir verweilen - in dir verharren
Lieb mich - halt mich
Für immer führ mich in deine Welt - führ mich in dein Reich
In deine Aura
In deinen Geist
In deine Seele
In dein Fleisch
Schenk mir nunmehr deine SchmerzenLass uns teilen unser Leid
Lass uns teilen unsere Freuden
Sei mein Teil - Ich liebe dich

Lacrimosa
Composição: Tilo Wolff

sábado, 21 de junho de 2008

O AMOR PERMANECE


1Cor 13,13: "Assim o amor... permanece"
Sim, deus seja louvado, o amor permanece! O que quer que o mundo te retire, ainda que seja o bem mais querido; o que quer que te ocorra na vida e o que quer que tenhas de sofrer por causa de teu esforço, por causa do bem que tu queres, se os homens se desviam de ti, indiferentes, ou se virassem contra ti como inimigos; mesmo se ninguém quisesse se declarar teu conhecido ou reconhecer sua dívida para contigo, ainda que teu melhor amigo te renegasse - se todavia, em algum esforço teu ou em alguma obra tua, ou em alguma palavra tua, tivesse o amor como confidente, consola-te, pois o amor permanece. O que sabes compartilhando com ele é recordado para teu consolo; oh, é mais feliz ser recordado pelo amor do que ter realizado a maior façanha de que um homem é capaz, mais feliz do que um homem a quem os espíritos se submetem! O que tu sabes com ele, é recordado para teu consolo; nem o presente, nem o futuro, nem os anjos, nem os demônios, e então, Deus seja louvado, tampouco o instante mais tempestuoso e mais difícil de tua vida, tampouco como o último instante de tua vida, conseguirá tomar de ti; pois o amor permanece. E quando o desânimo quiser primeiro te enfraquecer para que percas o desejo de querer corretamente, para então em seguida te tornar novamente forte, ai, como ele sabe fazê-lo, forte na obstinação do desalento; quando o desânimo quer mostrar-te o vazio de todas as coisas e transformar toda a vida numa monótona e insignificante repetição, de modo que tu decerto vês tudo isso, mas com um olhar tão indiferente; vês o campo e a floresta que outra vez reverdejam, vês a vida variegada que o ar e nas águas outra vez se agita, ouves os pássaros a entoar outra vez seu canto; vês sempre de novo os homens agitando-se em todo tipo de obra - e tu bem sabes que Deus existe, mas te parece como se ele se tivesse retraído para dentro de si mesmo, como se ele estivesse distante nos céus, infinitamente afastado de todas essas banalidades pelas quais nem vale a pena viver; quando o desânimo quiser despojar-te daquilo que anima toda a vida, de modo que saibas que Cristo existiu, certamente, mas de maneira tão fraca. Mas por outro lado te mostra com uma angustiante nitidez que mil e oitocentos anos se passaram desde então, como se Cristo estivesse também a uma infinita distância dessas vãs banalidades pelas quais nem vale a pena viver: oh, então reflete que o amor permanece! Pois se o amor permanece, é igualmente certo que ele estará no futuro, se tal é o consolo de que precisas; e que ele está no presente, se tal é o consolo de que precisa. Contra todos os terrores do futuro, opõe esse consolo: o amor permanece; contra toda angustia, todo cansaço que o presente suscita, opõe esse consolo: o amor permanece. Oh, se serve de consolo para o habitante do deserto que ele saiba com certeza que, por mais longe que viaje, havia fontes e haverá fontes: que fonte nos faria maior falta, e que tipo de morte lembraria mais o tormento da sede, se o amor não existisse e não fosse eterno.
Kierkegaard - As obras do amor. p338-339

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A sublime arte de ser Feliz


O artigo publicado na Revista Época, de 22 de janeiro de 2007, com o título de “Como os grandes sábios podem nos ajudar a viver melhor”, de Paulo Nogueira, trata de uma questão discutida a mais de dois mil anos: A FELICIDADE. Essa busca por “ventura”, aqui, apropriando-se do pensamento de gigantes da filosofia, ilustra a simplicidade aplicada na vida, explicando que a felicidade está nas coisas pequenas, na capacidade de não sobrecarregar o espírito com coisas ordinárias e assim engendrando uma tranqüilidade da alma. Em outro momento, o autor, demonstra através de fragmentos filosóficos, que um outro caminho para a vida feliz é aceitar os erros, os tropeços, aprender a conviver com a realidade, viver de forma serena em relação à “tempestuosidade” do universo e do próprio “EU”. Em seguida, aponta que devemos cuidar do nosso próprio ser, desligando-se de caminhos tortuosos e assim ficar no comando do seu estado de espírito. Não se preocupar com o futuro de forma obsessiva. Outro caminho para a felicidade é saber enfrentar o medo da morte, pois sabemos que o fim ao qual tende tudo é o temido extermínio do ser e de tudo que está vivo, portanto devemos viver momentos virtuosos sem essa preocupação. O desprezo por esse esgotamento da vida ou a aceitação serve como paliativo para a inquietação natural e o medo.
Enfim, o texto em questão elucida a tentativa da filosofia de nos mostrar o caminho da felicidade ou de pelo menos parte dela. De forma clara e bem exemplificada, ficamos com a impressão que a felicidade está nas coisas simples, mas ao mesmo tempo é inalcançável. O gênio humano é tempestuoso e angustiante por essência, por isso a luta da filosofia em buscar a virtude e a felicidade. As paixões da alma demonstram desejos insaciáveis, e como já citado antes, toda essa busca é puro paliativo. Schopenhauer em uma de suas obras diz: “O mundo é minha representação”, a partir disso podemos dizer que a felicidade não é um bem comum, talvez, não possa nem ser discutida. Simplesmente a felicidade é individual e incompreensível quando questionada. Ela deve ser natural, concebida pela nossa própria representação.
Viver bem é estar bem com você mesmo, buscando dentro de si seu próprio “mundo das idéias” e naturalmente gerando uma auto-satisfação. E mesmo sabendo que a felicidade não é perpétua, pois o homem é ambicioso sentimentalmente, sempre estaremos esperançosos a procura dela. Esse encanto sempre tomará novas formas e novos anseios. Entretanto isso não significa que ela não perdure. A felicidade é puramente um objeto mutável em nosso intelecto. Por fim, mesmo com esse composto de argumentos, tanto com a palavra falada como a palavra escrita não nos diz absolutamente nada sobre a verdadeira felicidade, portanto, vamos somente viver esse sentimento.
Alécio Marinho de Brito Junior
Cometários do texto "Como os grandes sábios podem nos ajudar a viver melhor”, de Paulo Nogueira.

Misterioso Brilho de amor....


Em nossa história lidamos com situações espinhosas, emoções doloridas e sem fundamentos que nos agridem incessantemente, meramente aflições acidentais. Diante a esse interminável universo, não permanece motivos que nos fazem respirar serenamente. Concordo com um grande Pensador que fala “O real me da Asma”. Toda essa amargura, ou seja, lá o que for, aos olhos dos outros, assemelha-se exclusivamente a coisas ordinárias. Seres humanos não se preocupam em saturar a carga de sua própria essência, eles elegem uma passividade na vida. Às vezes me pergunto se esse suplício está no mundo desordenado ou se está em min, que detenho uma medíocre existência.
Em meio a tudo isso, após anos de questionamento e de angústia, um brilho se eleva nessa penumbra gélida do universo. Uma acanhada luz... Tão insignificante quanto o fato de que eu possa pensá-la. Entretanto, confio que possa ser meu caminho. Nada se altera, o acaso ainda me experimenta com seus artifícios dolorosos, mas ao menos vejo esse feixe de luz como uma esperança. Não sei de onde vem, mas resisto para segui-la. Meus pensamentos são entregues aos delírios mais fervorosos e com isso não tenho mais controle do meu EU. Essa claridade se torna objeto e objetivo da minha vida. Não sei para onde isso vai me levar e se algum dia esse acaso vai me deixar encontrá-la. Posso vê-la com os olhos fechados. Já não sinto nada autêntico que não seja o desgosto do espírito e a respiração impenetrável. Já não me impressiono com o motivo vulgar no qual existo. Não sei mais que domínio que tem esse brilho sobre min, contudo descobri apenas um mistério sobre ela: o seu nome.
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Alécio Marinho de Brito Junior

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A Janela da Vida

Todos os dias, ao crepúsculo, suplico para não despertar, contudo a perversa existência me acorda com o fulgor do sol. São alvoradas longas e a cada dia me sinto mais impotente perante tudo isso. Ah... Aquela janela por donde penetra o sol.. Eu apelido de janela do tormento, onde tudo em meu aposento se torna sombra, e onde me tornei também nada mais que um espectro. Logo, me aproximo e contemplo a vida lá fora: infantes gracejando, indivíduos de todos os gêneros marchando pra lá e pra cá, cães imundos tomando conta de desafortunados pelas ruas, enfim, uma vastidão de doidices, tudo isso em meio à precisão da natureza, com o infindo azul do céu, a brisa das serranias e o horizonte de esperança. Creio que o gênio natural conspira para legar essa esperança no íntimo da humanidade. Cada sujeito com sua inquietação, uns esquivando-se da ruína, outros caçoando do triunfo, mas nenhum desses contemplando a existência atroz como ela é. Já senti o paladar do sucesso e a consternação da derrota, e posso proferir com autoridade que nenhuma delas é capaz de apaziguar o espírito humano. Continuamente teremos a sensação de inópia. Com isso, descobri uma forma magnífica de apreciar a vida e a impiedade da existência. E é meramente se tornando uma sombra consciente. Do lado nebuloso, onde não existe expectativa, tudo é tão radiante. A mágoa e o entusiasmo se enlaçam e criam um alento incomensurável. As tonalidades se alteram e logo deixo de desejar existir somente para permanecer admirando a vida lá fora. Ser uma sombra pode até ter um gosto ácido, mas jamais senti algo tão intenso e venturoso anteriormente como essa sensação de olhar da janela, rir dos homens e idolatrar a formosura do universo. Do lado de cá a vida é simplesmente uma obra-mestra que se sacoleja a cada instante. Por fim, fica a dúvida: e EU? Ahhh... Vou recuar para meu leito e adormecer, pois meus sonhos são mais sólidos que a minha autêntica existência. Se quiser pode me titular de Deus, pois ser Deus não é ter poderes, e sim olhar da minha janela o afresco que é a vida.
Alécio Marinho de Brito Junior - 2004

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O MUNDO precisa de Filosofia

Prezados colegas, sou graduando do curso em extinção de Filosofia da Unitau. Esses “escritos” seguintes têm a pretensão de significar a importância da filosofia no meio acadêmico. O mundo que articulo, é o mundo acadêmico, a filosofia ao qual me refiro, não é o filosofismo popular ou o psicologismo de vivências. Falo de uma filosofia rigorosa, de extrema seriedade em relação à linguagem e à procedência das ciências. Uma filosofia preocupada com o universo
Todos aqui lutamos pelo mesmo objetivo, que é ser professor, e seja na história, na letras, na geografia ou na pedagogia, lidamos com juízos filosóficos o tempo todo. Conceitos que permanecem esquecidos ou referidos com desdém. Pois essas considerações filosóficas, na maioria das vezes, é o alicerce para os diversos tipos de conhecimentos.
Ser educador é uma arte de sublime responsabilidade, por isso devemos fazer com que isso seja feito com prazer. A busca de estruturas filosóficas em diversas áreas do conhecimento nos proporciona um esclarecimento pormenorizado das ciências ou de qualquer outro objeto. A partir dessa procura essencial do conhecimento, o interesse desenvolve-se de forma natural, produzindo um prazer-intelectual. Encanto esse que devemos unir com a opção que fizemos na docência para logo alcançarmos níveis mais altos dentro de nós mesmo, engendrando uma auto-satisfação.
Os caminhos filosóficos provocam a verificação detalhada dos objetos pretendidos e interesse na pesquisa, revelando o que realmente é o universo acadêmico. Essa rigorosidade da filosofia nos torna prudente em relação aos nossos propósitos, guiando para novos mundos, dentro e fora da universidade.
Quero dizer, é que existe uma necessidade da filosofia na trajetória da pesquisa, e, nos primeiros anos da graduação, isso é insensível aos nossos olhos. Logo, o que ainda resta da filosofia na Universidade, é de extrema qualidade. Então, colegas Historiadores, Geógrafos e futuros professores em geral, aproveitem para dividir essa experiência filosófica durante esses anos de faculdade, pois tenho a plena confiança que vai ser de ampla serventia, para a vida e para o profissional. Não deixem essa busca de conhecimentos filosóficos para depois, simplesmente porque a agora é o momento certo para essa primeira relação com a filosofia, pois agora tende a ser natural. Mais tarde será por imposição e acabará se tornado intricado. Participem das aulas, dos núcleos de pesquisa, dos ciclos de palestras que acontecem durante o ano. Enfim, deixem a filosofia incutir em seus cursos e em suas reflexões, instituindo assim uma comunidade acadêmica, uma comunidade científica de estudantes em busca de conhecimento. Pura sabedoria desinteressada.

Alécio Marinho de Brito Junior